terça-feira, 15 de março de 2011

Arte e Ciência

Arte e Ciência
Hoje acordei saudosista e quando me dispus a sentar e escrever sobre a questão se existe alguma relação entre ciência e arte não consegui tirar de minha mente algumas lembranças muito felizes de minha infância. Engraçado como uma pequena frase pode despertar imagens tão lúdicas guardadas no fundo do baú de nossas memórias.Que mistério é esse que envolve as palavras e sua capacidade de nos influenciar tão profundamente? Ah! Isso é ciência, poderia até dizer pomposamente neurociência, mas que arte mágica a das palavras que formam artigos, versos, poemas, textos de amor, outros de dor. Só sei que me vejo menina brincando e rindo ao sabor desta simples pergunta.
Fico rindo à toa vagando em pensamentos, curtindo cada lembrança. Uma delas, não posso deixar de contar, ou melhor recitar, é a de meu padrinho brincando comigo e com minhas primas e dizendo que fez uns versos que diziam:
“Oh! Que Vejo?
Exclama o cientista.
Um raro percevejo
Bem a minha vista.”
Achei com esta lembrança a chave que conectou meu consciente ao meu inconsciente e assim compreendi porque a pergunta tão simples me despertou tantas memórias. Vi em minha imaginação o cientista do verso sentado refletindo, fazendo ciência e ao mesmo tempo deslumbrado com seu achado. Do seu espanto pelo “raro” encontrado é que se fez a arte da poesia, pois que todo cientista vive do que lhe surpreende e o que lhe surpreende é a mais fascinante prova de que tudo valeu a pena; daí tudo se transforma na arte de demonstrar no papel e nas palavras toda beleza de sua descoberta.
Como afirmava Leonardo da Vinci , escultor, pintor, engenheiro e cientista, ciência e arte se completam constituindo a atividade intelectual. E o que não sentia o cientista ao ver expresso em arte o seu pensamento? E o que sentia o artista ao ver através da arte a ciência se realizando?
Seja pela complementariedade ou pela influência recíproca a arte abraça a ciência. Para citar um exemplo, os estudos de luz e movimento transformam-se em possibilidades de retratações perfeitas de um simples cotidiano na tela de pintura .
No palco de um teatro revela-se a vida de Einstein e o público ali está para aplaudir, assim como na peça Método Cientifico encenada pelo prof.Leopoldo de Meis. E por falar em Einstein teve ele e Picasso o ano de 1905 como marco em suas carreiras. Essa foi uma época inovadora, de mudanças. Ambos buscavam uma nova estética.
Com a matemática Picasso descobriu a geometria multifuncional.Através de suas experiências geométricas na pintura buscou maneiras de desenvolver a 4ª dimensão na tela. Para ele a geometria era o conceito certo para a expressão de sua arte.
A ciência trouxe progresso tecnológico e a tecnologia propiciou espetáculos inacreditáveis de arte.
Na geometria tridimencional dos quadros pintados por minha memória penetro na quarta dimensão em que estão os sonhos da menina que analisava agachada ao chão os vermes que fugiam de uma sacola de lixo arrebentada. O que ela pensava em suas analises naquele tempo já não me lembro, mas hoje sei que gosto de fazer ciência e que esta é a minha arte.
(Texto de Tuane C.R.G.Vieira)
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Solidariedade

Afinal, o que é solidariedade? Para que serve?

Todos os seres existentes são unidos por laços invisíveis; esses são o amor, a compaixão, a solidariedade...
Essas ligações fazem com que interdependamos em escalas variadas um do outro, e cada um se compromete mais ou menos nesta vasta relação.
A solidariedade é o laço moral que liga um indivíduo à vida, aos interesses e às responsabilidades de um grupo social, de uma nação, da humanidade inteira.
Há várias formas de expressar a solidariedade: o abraço, o gesto, a palavra, a ação...
Podemos representar a solidariedade, dar cor e vida a ela, através do desenho, da pintura, da canção, da escultura, da poesia, em fim, de muitas formas.
Pensando em uma das frases que Pablo Neruda, poeta do amor e da solidariedade, colocou em seu discurso, quando recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 1971, dois anos antes de morrer, “Porque los poetas tenemos también un deber supremo y es el de contribuir a la paz del mundo”, que escolhi a poesia para falar de solidariedade.
Como Neruda disse: "A poesia é uma ação passageira ou solene em que entram por medidas parelhas a solidão e a solidariedade, o sentimento e a ação, a intimidade de alguém, a intimidade do homem e a secreta revelação da Natureza". Sendo assim, em solidão, retiro de minha intimidade os versos que revelam como vejo e sinto a solidariedade.

Acróstico à solidariedade

Se o menino é levado pela mão do homem, por caminho seguro, aprende a solidariedade.
O homem, apoiado pela mão do menino, reconhece a solidariedade.
Levados pelas mãos que consolam, homens e mulheres descobrem a solidariedade.
Irmanados no desejo de auxiliar ao próximo, ou a uma causa, todo um grupo apóia a
solidariedade.
Dedicação e afeto, distribuídos sem falsas intenções, acende a luz da solidariedade.
A voz que ressoa em todos os lugares, convocando a luta pela igualdade, revela a chama da
solidariedade.
Riqueza maior não há que poder ser solidário.
Inevitavelmente, pela força da solidariedade, o coração que ama assim o faz um pouco mais.
Em dias de desalento e dor, quem não procura e espera por solidariedade?
Dias e noites se passam, e, a cada instante despertamos com a possibilidade de sermos solidários.
A expressão do sorriso, o gesto, a palavra, pequenas intenções solidárias, podem minimizar
a escuridão de uma noite que parece não ter fim.
Deixar fluir a atitude simples de abraçar, dar as mãos, acariciar, sem pensar ou cogitar
porquê, é simplesmente despertar a solidariedade de que se é capaz.
E assim aprendemos que solidariedade serve para expressar o amor e ser solidário é dizer, deuma outra forma, TE AMO!
(Texto de Tuane C. R. G. Vieira)
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“Quiero que este canto sea mi contribución a la paz.
Quiero que este canto reúna esta unidad amenazada: nuestro mundo de hoy.
Porque los poetas tenemos también un deber supremo y es el de contribuir a la
paz del mundo. La incultura es guerra. La paz es cultura.”
(Pablo Neruda)

Qual a fronteira entre a competição e a dignidade?

Qual a fronteira entre a competição e a dignidade?

Analisando tudo e todos os seres que compõem este planeta vemos que inegavelmente as leis que regem a natureza se mostram atuantes em todos os aspectos evolucionais, porém ao ser humano há também a atuação de leis que regem sua conduta. Se para sobreviver os seres irracionais agem motivados exclusivamente pelos instintos, forças além de sua vontade, sem barreiras morais que lhes limitem a competição pelo espaço, alimento ou o que quer que seja, já os seres racionais agem utilizando o livre arbítrio, ou seja, a vontade. Segundo o filósofo Immanuel Kant "a vontade é uma espécie de causalidade dos seres viventes, enquanto dotados de razão". É a vontade que determina a ação e é a razão que determina a forma com que se vai praticar a ação. Sendo assim o ser racional tem como fronteira entre a necessidade física, objetiva, e sua necessidade emocional, subjetiva, tudo o que aprendeu em termos de leis morais que determinam sua dignidade como ser humano.
Observando a natureza vemos que é a competição que determina quem e como sobreviverá. O ser humano estabeleceu desde os primórdios do tempo uma competição intra-específica (entre indivíduos da mesma espécie) e interespecífica (indivíduos de espécies diferentes). Para lutar pela sobrevivência, os homens das cavernas se reuniram em grupos, assim aumentavam as suas chances de sobrevivência, estabelecia-se aí uma competição tanto com o meio quanto entre eles mesmos, pois era necessário se determinar quem seria o chefe do grupo, quem sairia para caçar, quem era o mais forte etc. Surgia socialmente a disputa através, principalmente, da reafirmação do ego (centro da consciência inferior ) submetido ao Id (reservatório da energia psíquica, onde se "localizam" as pulsões).
Refletindo sobre o mito bíblico de Caim e Abel, filhos de Adão e Eva, em que se presencia o primeiro fatricídio ocorrido nas escrituras, podemos concluir que o fato se deu pela competição estabelecida entre eles. Caim ao matar Abel deixou de lado toda uma barreira ética de conduta por se deixar levar pelos sentimentos de vaidade, orgulho e inveja. Toda dignidade devida a disputa entre os dois foi vencida, pois o ego (centro da consciência inferior)de Caim submetido ao Id (reservatório da energia psíquica, onde e localizam as pulsões) tornou-o imoral e destrutivo. O superego (censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem) não foi acionado pelo embotamento de sentimentos nobres e elevados. A vontade que determinou a ação objetivava um fim em si mesmo, a vitória a qualquer preço.
Segundo a definição de Kant, apresentado na 2ª seção da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, a dignidade é o valor absoluto da racionalidade humana. O que atribui dignidade à uma pessoa é a sua natureza racional, ou seja, o fato de possuir vontade. Kant afirma nesta apresentação que a "dignidade é reconhecida como o valor de uma maneira de pensar". Este valor, segundo o filósofo, coloca-se acima dos valores de mercado ou sentimento por constituir-se um valor absoluto.
O conceito de dignidade possibilita o estabelecimento da relação entre a forma do princípio prático subjetivo (impulso) e a forma do princípio prático objetivo (razão). Os seres humanos querem objetivamente a lei da razão, mas, subjetivamente, as inclinações humanas contrariam a própria autonomia da vontade.
Objetivo é o princípio válido categoricamente para todos os seres racionais. A forma para atingir o objetivo é escolha pessoal. O preço da dignidade é definido intimamente em cada um, pois se o preço das coisas se estabelece no mercado a dignidade tem valor moral.
A dignidade das pessoas é o que lhes atribui valor absoluto, pois as caracterizam como fim objetivo. Se cada pessoa é um fim objetivo, então, diz Kant, nenhuma pessoa pode ser utilizada unicamente como meio. Isto significa que a dignidade "dos seres racionais – enquanto pessoas – põe um limite, em certo sentido, a todo livre arbítrio. Cabe aí a frase que diz: “o direito de um termina quando começa o direito do outro”. Utilizar-se de outro para atingir uma vitória pessoal além de amoral e formalizar pouca distinção pela própria capacidade de vencer.
Em nossa sociedade cheia de urgências e demandas de oportunidades o homem se vê diuturnamente envolvido nas mais diversas modalidades de competições, sejam elas esportivas ou não, reconhecer que os indivíduos estão acima de qualquer preço é reconhecer seu valor íntimo, é estabelecer uma fronteira entre a competição e a dignidade.
Introjetando princípios e leis que do ponto de vista da eternidade inverte a verdade individual como os ensinamentos do Cristo que diz:"não faz ao outro o que não queres que te façam” e "ama ao teu próximo como a ti mesmo exortamos toda a capacidade de transcendência humana que nos capacita eleger uma forma de proceder que nos impede de distanciarmos de valores éticos e morais que nos permite estabelecer limites para o exercício da vontade individual em benefício da vontade do outro, da família, da coletividade e da própria sociedade humana estabelecendo o limite entre a competição e a dignidade.

(Texto de Tuane C. R. G. Vieira)
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Para um bom sono

Para um bom sono

O organismo tem horários. Desta engrenagem não podemos fugir. A hora do sono é sagrada para a reposição celular, para rebobinar o cérebro, permitir o rejuvenescer. O metabolismo basal fica no mínimo, em marcha lenta, permitindo o repouso, a restauração. As avós falavam para as crianças: "quem não dorme não cresce". Para os adultos: "quem não dorme não se restabelece não se regenera".
Bem, as dicas para um sono de qualidade, ou seja, restaurador e rejuvenescedor são:
1) Sempre tomar um bom banho antes de dormir. Ou seja, jamais dormir com o corpo sujo, pois as vibrações de frescor, relaxamento e limpeza que um banho dá, irão sustentar a qualidade do sono.
2) Evitar tomar café, chás com cafeína (como chá preto e chá mate) e refrigerantes derivados da cola, pois todos são estimulantes.
3) Evitar dormir com a TV ligada, uma vez que isso impede que a pessoa chegue à fase de sono profundo.
4) Se a pessoa dorme cedo - 20 a 21 horas - seu jantar (leve) deve ser realizado no máximo às 19 horas para dar tempo do organismo digerir e o sono não sofrer interferências da demanda energética para digestão.
5) Se a pessoa dorme tarde - depois das 22 horas - sua última refeição (um lanche leve) deve ser realizada até 1 hora antes, pelo mesmo motivo mencionado acima.
6) Concordo com algumas linhas terapêuticas que indicam que qualquer refeição ou lanche realizado após as 19 horas deve ser na forma líquida para poder acelerar o processo digestivo e evitar interferências na qualidade do sono. Exemplos: um arroz com feijão? Bata no liquidificador e tome na forma de sopa. Uma salada de frutas com sorvete? Bata no liquidificador e tome uma vitamina geladinha.
7) Ideal praticar uma atividade física ao longo do dia para evitar o sedentarismo, liberar substâncias que aumentam o estresse e mobilizar a energia basal. Para quem tem insônia, recomendo ainda uma atividade corporal ou meditação ativa antes do banho e de dormir. Tipo dançar, uma série da yoga ou de alongamentos. Aproveite para orar e colocar intenções para este momento de meditação e descanso. Sempre peço aprendizados, sonhos bons, expansão da consciência, soluções para desafios, enfim... Para pessoas com insônia ou fibromialgia, recomenda-se inclusive aulas de natação ou hidroginástica e, assim, provocar um duplo relaxamento: pela atividade física e pela ação do banho de imersão.
8) Existe uma técnica bastante interessante sugerida como prática para insones, que consiste em fazer um 'escalda-pés' de 5 minutos em água gelada exatamente antes de deitar. A pessoa já o faz 100% preparada para deitar na seqüência. Minha compreensão deste procedimento é mobilizar a energia concentrada na cabeça para as extremidades do corpo, aliviando assim a mente e suas neuroses.
9) Apagar todas as luzes, inclusive a do abajur, do corredor e do banheiro, pois a luminosidade impede a liberação da melatonina, hormônio responsável pela primeira fase do sono.
10) Não levar livros, laptops ou qualquer estimulante de trabalho ou preocupação para a cama.
11) Tirar da cabeceira o telefone, celular e relógios.
12) Esta é óbvia, mas não custa lembrar: usar colchão e travesseiro de boa qualidade e adequado ao seu peso e tamanho.
13) Recomendo uma sinergia da aromaterapia que chamo "Doril na Ansiedade e Insônia". Ela é uma mistura dos óleos essenciais (OEs) de Limão Tahiti, Laranja Pêra e Lavanda Mont Blanc, que tem como função proporcionar relaxamento, vontade (alegria) de estar consigo e de se respeitar. Ela pode ser usada (à noite) na água da banheira (adultos 3 gotas, bebês 1 gota, crianças 1 a 2 gotas - ou pode ser colocada no travesseiro dos adultos (1 a 3 gotas). No caso de crianças, pode ser colocada (1 a 3 gotas) num pires ao lado da cama. No caso de bebês basta o procedimento da banheira.
14) Ao despertar, após tomar aquele copo de água (ensinado acima), ainda deitado, junte as mãos e esfregue uma na outra até ficarem quentinhas. Faça carinho no seu rosto simulando que está ensaboando e lavando o rosto. Relaxe seu primeiro semblante do dia. Depois, esfregue novamente as mãos e massageie seu abdômen. Faça carinho nele e lembre que o dia vai começar e ele precisa acordar, ou seja, está chegando "a hora de troninho". Depois, este carinho pode se prolongar para as demais partes do corpo, sempre com o propósito de acordar-se com muita celebração, gratidão e carinho.
15) Uma vez que levantou, antes do troninho, ir até a cozinha e tomar 1/2 copo de água idealmente morna + suco fresco de 1 limão. Esta é uma receita da milenar medicina Ayurvédica para purificar (ação bactericida), aliviar (ação laxante) e sanar (ação harmonizadora, alcalinizante) todas as dificuldades do organismo. Espere 20 a 30 minutos para realizar a refeição matinal.
As posições de dormir:
De lado: é a melhor postura! Mas, deve-se colocar um travesseiro que preencha o espaço entre o ombro e a cabeça. É recomendável abraçar um travesseiro e colocar uma almofadinha entre os joelhos.
De barriga para cima: é uma posição aceitável, mas recomenda-se um travesseiro não muito alto e deve-se colocar um apoio (almofada) abaixo dos joelhos, o que ajudará a manter a coluna reta.
De bruços: é uma posição não recomendável. Diz-se que nessa posição não há como evitar uma lesão na coluna cervical, que pode criar contraturas no pescoço, dificultando o relaxamento e o sono profundo.

Este texto faz parte do livro Simples - Mente - Feliz de Conceição Trucom

O "belo" e o "cafona" se relacionam? Por quê?

O "belo" e o "cafona" se relacionam? Por quê?
Aqui sentada pensando sobre o que é belo, o que é cafona e como se relacionam me permito viajar em pensamentos que me fazem ouvir, como se tocasse verdadeiramente, uma música de Vínicius de Moraes. A música que ouço em minha mente é Garota de Ipanema e a frase que diz “Olha que coisa mais linda mais cheia de graça” me inspira. Nesse desenrolar de pensamentos lembro ainda de mais uma frase do Poetinha que disse: “As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.
Algumas pessoas poderiam dizer que pensamento mais brega, sim porque cafona hoje também é sinônimo de brega no entender popular. Mas afinal de contas me pergunto o que é cafona e o que é belo?
De acordo com o dicionário Houaiss, belo é o que é admirável e cafona é tudo aquilo que revela mau gosto. Lembro-me de sempre ouvir que gosto não se discute e que a beleza está nos olhos de quem vê. Será que usar frases feitas também é cafona?
Essa estória de cafona começou com a moda; quem usava uma roupa que não estava em voga no momento era chamado dessa forma. A palavra acabou tomando um significado mais amplo, sendo usada em expressões que não envolvem moda, mas alguma coisa que não é cool (termo americanizado, modismo que muitos adoram e que outros acham brega), ou que não se enquadra dentro dos padrões modernos. Dá para ver que beleza e cafonice tem relação com o tempo; o que é considerado belo hoje pode não ser amanhã, o que é cafona hoje já esteve na moda algum tempo atrás e pode voltar a ser mais a frente.
Voltando a pensar no tempo, lembro-me que para Platão o belo é o bem, a verdade, a perfeição; existe em si mesma, apartada do mundo sensível, residindo, portanto, no mundo das idéias. Immanuel Kant, na sua Crítica da Faculdade do Juízo (1790) fala que a estética é um estado de vida de direito próprio, uma capacidade de fruição intimamente relacionada a outras capacidades cognitivas do ser humano, sem depender, necessariamente, da aquisição de conhecimento, ou seja: para contemplar o belo, o sujeito não se vale das determinações das capacidades cognitivas das faculdades do conhecimento. Na percepção do objeto, o sujeito abarca a plenitude de suas características e não as características isoladas.
O belo não é um objeto de existência material, mas de existência subjetiva, inerente à atividade espiritual de cada indivíduo.
Penso novamente na questão do tempo. As idéias mudam com o passar dos anos e com isso surgem novas formas, novos conceitos. O modelo de beleza na renascença não é o mesmo da modernidade. As mulheres pintadas por Botticelli e Renoir não encontrariam lugar nas passarelas onde figuram Gisele Bünchen, Isabeli Fontana e outras mais. As operas e os balés foram abrindo espaços para os Shows de Rock e tantos outros.
Se cafona é aquilo que não faz parte da modernidade, do que é atual, vejo, fascinada, que o tempo se encarregou de relacionar o belo e o cafona. Hoje há espaço para todos os gostos, todas as formas de pensar e de agir. Reafirma-se a idéia de que não há um modelo, mas a possibilidade de vários, que se fundem ou contradizem. O rock se relacionou com a ópera e criou-se a ópera-rock, o balé se relacionou com o samba e desfilou na Sapucaí, as sinfonias foram para as ruas, o cinema teve um caso de amor com o teatro e assim surgiram filmes como: A tragédia de Macbeth, Romeu e Julieta...
O belo e o cafona se relacionam porque o subjetivismo humano, o que permite o julgamento pessoal e individual do belo, bem como uma visão romântica do mundo, estabeleceu muito matizes para esta enorme tela chamada vida e cada um pinta seu quadro com a cor que quiser e a repinta quantas vezes quiser. O belo depende de cada um assim o ver em qualquer ato, em qualquer fato, em cada estação que irá chegar, e, ser cafona ou brega é não defender o que se gosta e o que se acredita e o que se quer.
(Texto de Tuane C. R. G. Vieira)
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Caixa Coelhos

Os coelhos caipiras, em arte francesa, colocados em caixa de mdf com vidro dá um aspecto gracioso e delicado no que pode ser um presente para a Páscoa, independente do chocolate.

Páscoa
O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do latim Pascae. Este termo também é encontrado na Grécia Antiga como Paska, porém sua origem mais remota é entre os hebreus, onde aparece o termo Pesach, cujo significado é passagem.
O conhecimento da Historia dos povos nos revela que entre os povos europeus era realizada uma festa de passagem a milhares de anos atrás, principalmente na região do Mediterrâneo. Os gregos, por exemplo, festejavam a passagem do inverno para a primavera, durante o mês de março. Geralmente, esta festa era realizada na primeira lua cheia da época das flores. O fim do inverno e o começo da primavera era de extrema importância, pois significava o fim de uma estação de escacez para uma que propiciava a produção de alimentos.
Para os Judeus esta data tem um significado muito importante, pois marca o êxodo deste povo do Egito, por volta de 1250 a.C, onde foram aprisionados pelos faraós durantes vários anos.
A Páscoa Judaica também está relacionada com a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, onde liderados por Moises, fugiram do Egito.
Entre os cristãos, esta data celebra a ressurreição de Jesus Cristo e celebra a passagem de Cristo da morte para a vida.
A História do coelhinho da Páscoa e os ovos
A figura do coelho está simbolicamente relacionada à esta data, pois representa a fertilidade. Como na antiguidade o índice de mortalidade era muito alto, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.
Tanto para o judeus quanto para os cristãos, esta data relaciona-se com a esperança de uma vida nova. Os ovos de Páscoa, independente do material que seja confeccionado, também estão relacionados a fertilidade e a vida.
A figura do coelho da Páscoa foi trazido para a América pelos imigrantes alemães, entre o final do século XVII e início do XVIII

Música do Coelhinho da Páscoa
Coelhinho da Páscoa
(Letra e música de Olga Bhering Pohlmann)

Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim?
Um ovo, dois ovos, três ovos assim!
Um ovo, dois ovos, três ovos assim!

Coelhinho da Páscoa, que cor eles têm?
Azul, amarelo e vermelho também!
Azul, amarelo e vermelho também!

Coelhinho da Páscoa, com quem vais dançar?
Com esta menina que sabe cantar!
Com esta menina que sabe cantar!

Coelhinho maroto, porque vais fugir?
Em todas as casas eu tenho que ir!
Em todas as casas eu tenho que ir!

sábado, 5 de março de 2011

A história de Bach e a criação do sistema floral

Florais de Bach
Dr. Edward Bach nasceu em 24 de setembro de 1886, em Moseley, um vilarejo perto de Birmingham, Inglaterra. Alistou-se, com 17 anos, no Corpo de Cavalaria de Worcestershire, onde pode passar algum tempo em contato com a natureza e liberar seu amor pelos animais. Nesta época já não se conformava com os tratamentos paliativos que seus colegas trabalhadores recebiam e acreditava haver um meio de curar realmente, inclusive as doenças tidas como incuráveis. Entrou para Universidade de Birmingham quando contava 20 anos. Finalizou os estudos com o treinamento prático no "University College Hospital" em Londres, em 1912. Recebeu, além dos diplomas e títulos que lhe cabiam ao se formar, também os títulos de Bacteriologista e Patologista em 1913 e o diploma de Saúde Pública, em 1914.
Provavelmente por causa de sua saúde frágil, ainda neste ano, foi regeitado para servir na Guerra fora de seu país. Entretanto, ficou responsável por 400 leitos no "University College Hospital", com o trabalho no Departamento de Bacteriologia e também como Assistente Clínico do Hospital da Escola de Medicina (período de 1915 a 1919). Trabalhou incansavelmente mesmo não sentindo-se bem e, após avisos constantes de pré-estafa não respeitados, teve uma severa hemorragia em julho de 1917. Submetido a uma cirurgia de urgência, onde foi retirado um tumor maligno do baço, foi-lhe comunicado que talvez não tivesse mais que três meses de vida.
Após sentir uma melhora, reuniu suas forças e foi para o laboratório trabalhar. Dedicou-se à pesquisa dia e noite. Manteve sua mente ocupada, o que lhe fazia não pensar na doença. Trabalhar em função do objetivo da sua vida lhe trazia energia para prosseguir. Em pouco tempo estava totalmente recuperado, o que causou surpresa em muitos.
Tornou-se cada vez mais conhecido pelas suas descobertas no campo da bacteriologia. Trabalhou em tempo exclusivo para o "University College Hospital", e depois como bacteriologista do "London Homeopathic Hospital", permanecendo lá até 1922.
Nesta época conheceu a Doutrina de Hahnemann e seu livro básico: o "Organon da Arte de Curar". Deslumbrou-se com as concepções de Hahnemann, que curava mais guiado pelos sintomas mentais que pelos físicos; descobriu neste sitema muitas das idéias que estava desenvolvendo, como por exemplo tratar o paciente e não a doença. Assumiu que aquilo que definia como toxemia intestinal era identico ao conceito de psora de Hahnemann.
A partir daí, Bach passou a usar o método da diluição e potencialização da homeopatia para produzir suas vacinas e outros remédios, preparou as vacinas como nosódios homeopáticos que, de acordo com o efeito de fermentação do açúcar, dividiu em sete grupos principais: Proteus, Dysenterie, Morgan, Faecalis alcaligenes, Coli mutabile, Gaertner e número 7. Por sua causa, são chamadas de "nosódios de Bach". Obteve tratamento bem sucedido de centenas de pacientes.
Sob o impulso da homeopatia, Bach passou a buscar formas mais suaves e mais naturais de cura. Suas vacinas passaram a ser via oral (não mais injetáveis).
Em 1926, publicou, com C.E. Wheeler, o "Cronic Disease.A Working Hypothesis". Nesta época, os nosódios intestinais, já conhecidos como Nosódios de Bach, eram utilizados em toda Grã-Bretanha e também em vários outros países.
Em seus estudos Bach descobriu que certas plantas tinham efeitos semelhantes àqueles dos grupos de bactérias, pois possuíam vibrações quase identicas.
“Os remédios das Campinas e da Natureza, quando potencializados, possuem polaridade positiva; enquanto aqueles associados às doenças são do tipo inverso e, atualmente, parece que essa polaridade inversa é que é tão essencial aos resultados que estão sendo obtidos pelos nosódios bacterianos...”
Bach começou então a tentar substituir os nosódios por medicamentos preparados com plantas, e foi neste momento que optou pela utilização do sistema homeopático de diluição e potencialização usando duas flores que trouxe de Gales, em 1928. Estas eram Impatiens e Mimulus. Pouco depois também utilizou Clematis. Os resultados foram encorajadores. Foi ainda nesta época que começou a separar os indivíduos por grupos de semelhança de comportamento, como se sofressem do mesmo problema. Ele mesmo conta que isso aconteceu depois que foi a uma festa e ficou num canto observando as pessoas, quando aí teve um insight. Bach intuiu que deveria existir um medicamento que aliviasse os sofrimentos comuns a cada grupo de indivíduos.
Em 1930, resolveu deixar suas atividades em Londres, que lhe rendiam boas somas, o consultório da rua Harley e os laboratórios, para buscar na natureza este sistema de cura que idealizara desde pequeno, e do qual sentia estar próximo. Partiu para Gales aos 44 anos, deixando para trás fama, conforto e um lugar de destaque na sociedade médica londrina. Antes de partir queimou tudo que já tinha escrito e deixou o resto do trabalho a ser concluído pelos colegas e auxiliares que trabalhavam com ele.
Ao chegar ao seu destino, descobriu que levara por engano uma mala com calçados no lugar de uma outra com o material necessário para o preparo de medicamentos homeopáticos: almofariz, vidros etc. Isso acabou por impulsioná-lo mais rapidamente na direção da descoberta de um novo sistema de extrair as virtudes medicamentosas das plantas. A homeopatia não estava longe, mas não era exatamente o que procurava.
No entanto, foi encorajado pelo Dr. John Clark, diretor do Homeopathic World, um jornal médico homeopático, que colocou seu periódico à disposição para que Bach publicasse suas descobertas. Essa oportunidade foi totalmente aproveitada. No outono de 1935, descobriu Mustard, o último dos 38 florais. Faleceu dormindo, de parada cardíaca, em 27 de novembro de 1936 aos 50 anos de idade, em sua casa em Monte Vernon, Grã Bretanha, onde hoje funciona o Bach Centre que cultiva, colhe as flores e prepara as essências.
Seus colaboradores Nora Weeks e Victor Bullen, indicados por Bach como seus sucessores, deram continuidade ao seu trabalho até 1978. Eles, por sua vez, determinaram a administração e custódia de sua obra no Centro Bach, as quais são seguidas até hoje

Os florais de Bach
Os Sete Grupos
Bach criou 38 remédios florais e os dividiu em sete grupos de acordo com as características humanas:
1. Para o medo
2. Para a indecisão
3. Para a falta de interesse pelas circunstâncias atuais
4. Para a Solidão
5. Para o excesso de sensibilidade a influências e opiniões
6. Para o desalento ou desespero
7. Para a preocupação excessiva com o bem estar dos outros.

Para o medo
Rock Rose - terror e pânico, medo ao estremo, paralisante.
Mimulus - medo de coisas conhecidas e timidez.
Cherry Plum - medo de perder o controle, de fazer coisas terríveis. Chega a ser desesperador.
Aspen - medos de coisas desconhecidas, ansiedade inexplicada, apreensão.
Red Chestnut - preocupação excessiva e medo com o que pode acontecer com as outras pessoas.

Para a Indecisão
Cerato - falta de confiança em si mesmo, sempre pedindo confirmação dos outros para suas decisões.
Scleranthus - indecisão, tem dificuldade para se decidir entre duas coisas. Instável.
Gentian - desânimo, pessimismo, depressão por causa conhecida. (floral da fé).
Gorse - falta total de esperança, desistiu de lutar.
Hornbeam - preguiça pela manhã, sensação de "Segunda-feira de manhã". Para pessoas com cansaço e desinteresse por suas tarefas, apesar de as cumprirem perfeitamente.
Wild Oat - Incerteza sobre a carreira a seguir. Falta de propósito na vida.

Para falta de interesse pelas circunstâncias atuais
Clematis - para os sonhadores, sempre pensando no futuro, sem estarem presentes no momento. Não prestam atenção no que se passa ao redor.
Honeysuckle - vivem pensando no passado, saudosos e com recordações vivas.
Wild Rose - apatia, resignação, entregam-se sem lutar, conformados e acomodados.
Olive - falta de energia, esgotamento mental e físico.
White Chestnut - tortura mental devido a pensamentos indesejados e persistentes.
Mustard - melancolia, depressão e tristezas cíclicas, que vão e voltam sem motivo.
Chestnut Bud - pessoas que vivem cometendo sempre os mesmos erros, não conseguem aprender com eles. Falta de observação.

Para a solidão
Water Violet - reservados, sérios, auto-suficientes, não interferem nos assuntos dos outros.
Impatiens - impaciência, intolerância, irritabilidade.
Heather - não quer ficar sozinho, não sabe ouvir, egocêntrico e carente.

Para excesso de sensibilidade a influências e opiniões
Agrimony - para os que sofrem de tortura interior, fingindo alegria exterior.
Centaury - não sabem dizer não, são explorados e deixam se explorar pelos outros, "capachos".
Walnut - floral de proteção frente a mudanças e influências externas.
Holly - ódio, inveja, ciúmes, desconfiança, raiva.

Para o desalento ou desespero
Larch - sentimento de inferioridade, baixa auto-estima, falta de autoconfiança.
Pine - auto-reprovação, sentimento de culpa, culpa-se pelos erros dos outros, sempre pedindo desculpas.
Elm - sobrecarregado pelo excesso de responsabilidades e obrigações.
Sweet Chestnut - sentimento de desespero e angústia extrema.
Star of Bethlehem - tranqüiliza situações traumáticas e de choques, consola e protege.
Willow - ressentimento, mágoa, rancor, amargura, não consegue aceitar adversidades.
Oak - nunca desiste de lutar, não relaxa e não descansa, mesmo cansado, grande sentimento de dever.
Crab Apple - floral de limpeza, para aqueles que se sentem impuros, com mania excessiva de limpeza, preocupados com aparência e que condenam a si mesmos, perfeccionistas.

Para a preocupação excessiva com o bem-estar dos outros
Chicory - pessoas controladoras, cobram atenção dos outros, possessivos, ciumentos e com muito apego.
Vervain - tenso, muito eufórico, entusiasmado, quer convencer os outros a fazer sua vontade, fanático.
Vine - têm necessidade de dominar, tirano, ditador, inflexível e até mesmo cruel.
Beech - intolerante, crítico e autocrítico, julga os outros mas não aceita ser julgado, normalmente range os dentes.
Rock Water - rígidos, exigentes consigo mesmos, perfeccionistas, inflexíveis, desejo de serem tomados como exemplo.

Grupos de remédios
A procura do Dr Bach por um sistema completo de cura que fosse suave e inofensivo levou-o a descobrir três grupos de remédios:
os Doze Curadores
os Sete Auxiliares
e os Dezenove Complementares.

Os Doze Curadores: Este primeiro grupo de florais é composto por 12 remédios que trabalham nossa essência, nosso temperamento, enfim, quem somos.
São: Agrimony, Centaury, Cerato, Chicory, Clematis, Gentiam, impatiens, mimulus, Rock, Scleranthus, Vervain, Water Violet.

Os Sete Auxiliares: Este segundo grupo aborda condições crônicas, a maneira que aprendemos, durante a vida, a lidar com os desafios que encontramos. Muitas vezes, este aprendizado acaba por encobrir nosso verdadeiro Eu.
São: Gorse, Oak, Heather, Rock Water, Wild Oat, Olive, Vine.

Os Dezenove Complementares: Neste último grupo, Dr. Bach descobriu remédios que trabalham situações do dia-a-dia. Diferentes dos dois primeiros grupos, estes remédios lidam com eventos pontuais e, na maioria das vezes, traumáticos.
São: Cherry Plum, Elm, Pine, Larch, Willow, Aspen, Hornbeam, Sweet Chestnut, Beech, Crab Apple, Walnut, Chestnut Bud, Red chestnut, White chestnut, Holly, Honeysuckle, Wild Rose, Star of Bethlehem e Mustard.
Bibliografia:
Bach, Edward. Os Remédios Florais do Dr. Bach. Ed. Pensamento, 1999.