sábado, 5 de março de 2011

A história de Bach e a criação do sistema floral

Florais de Bach
Dr. Edward Bach nasceu em 24 de setembro de 1886, em Moseley, um vilarejo perto de Birmingham, Inglaterra. Alistou-se, com 17 anos, no Corpo de Cavalaria de Worcestershire, onde pode passar algum tempo em contato com a natureza e liberar seu amor pelos animais. Nesta época já não se conformava com os tratamentos paliativos que seus colegas trabalhadores recebiam e acreditava haver um meio de curar realmente, inclusive as doenças tidas como incuráveis. Entrou para Universidade de Birmingham quando contava 20 anos. Finalizou os estudos com o treinamento prático no "University College Hospital" em Londres, em 1912. Recebeu, além dos diplomas e títulos que lhe cabiam ao se formar, também os títulos de Bacteriologista e Patologista em 1913 e o diploma de Saúde Pública, em 1914.
Provavelmente por causa de sua saúde frágil, ainda neste ano, foi regeitado para servir na Guerra fora de seu país. Entretanto, ficou responsável por 400 leitos no "University College Hospital", com o trabalho no Departamento de Bacteriologia e também como Assistente Clínico do Hospital da Escola de Medicina (período de 1915 a 1919). Trabalhou incansavelmente mesmo não sentindo-se bem e, após avisos constantes de pré-estafa não respeitados, teve uma severa hemorragia em julho de 1917. Submetido a uma cirurgia de urgência, onde foi retirado um tumor maligno do baço, foi-lhe comunicado que talvez não tivesse mais que três meses de vida.
Após sentir uma melhora, reuniu suas forças e foi para o laboratório trabalhar. Dedicou-se à pesquisa dia e noite. Manteve sua mente ocupada, o que lhe fazia não pensar na doença. Trabalhar em função do objetivo da sua vida lhe trazia energia para prosseguir. Em pouco tempo estava totalmente recuperado, o que causou surpresa em muitos.
Tornou-se cada vez mais conhecido pelas suas descobertas no campo da bacteriologia. Trabalhou em tempo exclusivo para o "University College Hospital", e depois como bacteriologista do "London Homeopathic Hospital", permanecendo lá até 1922.
Nesta época conheceu a Doutrina de Hahnemann e seu livro básico: o "Organon da Arte de Curar". Deslumbrou-se com as concepções de Hahnemann, que curava mais guiado pelos sintomas mentais que pelos físicos; descobriu neste sitema muitas das idéias que estava desenvolvendo, como por exemplo tratar o paciente e não a doença. Assumiu que aquilo que definia como toxemia intestinal era identico ao conceito de psora de Hahnemann.
A partir daí, Bach passou a usar o método da diluição e potencialização da homeopatia para produzir suas vacinas e outros remédios, preparou as vacinas como nosódios homeopáticos que, de acordo com o efeito de fermentação do açúcar, dividiu em sete grupos principais: Proteus, Dysenterie, Morgan, Faecalis alcaligenes, Coli mutabile, Gaertner e número 7. Por sua causa, são chamadas de "nosódios de Bach". Obteve tratamento bem sucedido de centenas de pacientes.
Sob o impulso da homeopatia, Bach passou a buscar formas mais suaves e mais naturais de cura. Suas vacinas passaram a ser via oral (não mais injetáveis).
Em 1926, publicou, com C.E. Wheeler, o "Cronic Disease.A Working Hypothesis". Nesta época, os nosódios intestinais, já conhecidos como Nosódios de Bach, eram utilizados em toda Grã-Bretanha e também em vários outros países.
Em seus estudos Bach descobriu que certas plantas tinham efeitos semelhantes àqueles dos grupos de bactérias, pois possuíam vibrações quase identicas.
“Os remédios das Campinas e da Natureza, quando potencializados, possuem polaridade positiva; enquanto aqueles associados às doenças são do tipo inverso e, atualmente, parece que essa polaridade inversa é que é tão essencial aos resultados que estão sendo obtidos pelos nosódios bacterianos...”
Bach começou então a tentar substituir os nosódios por medicamentos preparados com plantas, e foi neste momento que optou pela utilização do sistema homeopático de diluição e potencialização usando duas flores que trouxe de Gales, em 1928. Estas eram Impatiens e Mimulus. Pouco depois também utilizou Clematis. Os resultados foram encorajadores. Foi ainda nesta época que começou a separar os indivíduos por grupos de semelhança de comportamento, como se sofressem do mesmo problema. Ele mesmo conta que isso aconteceu depois que foi a uma festa e ficou num canto observando as pessoas, quando aí teve um insight. Bach intuiu que deveria existir um medicamento que aliviasse os sofrimentos comuns a cada grupo de indivíduos.
Em 1930, resolveu deixar suas atividades em Londres, que lhe rendiam boas somas, o consultório da rua Harley e os laboratórios, para buscar na natureza este sistema de cura que idealizara desde pequeno, e do qual sentia estar próximo. Partiu para Gales aos 44 anos, deixando para trás fama, conforto e um lugar de destaque na sociedade médica londrina. Antes de partir queimou tudo que já tinha escrito e deixou o resto do trabalho a ser concluído pelos colegas e auxiliares que trabalhavam com ele.
Ao chegar ao seu destino, descobriu que levara por engano uma mala com calçados no lugar de uma outra com o material necessário para o preparo de medicamentos homeopáticos: almofariz, vidros etc. Isso acabou por impulsioná-lo mais rapidamente na direção da descoberta de um novo sistema de extrair as virtudes medicamentosas das plantas. A homeopatia não estava longe, mas não era exatamente o que procurava.
No entanto, foi encorajado pelo Dr. John Clark, diretor do Homeopathic World, um jornal médico homeopático, que colocou seu periódico à disposição para que Bach publicasse suas descobertas. Essa oportunidade foi totalmente aproveitada. No outono de 1935, descobriu Mustard, o último dos 38 florais. Faleceu dormindo, de parada cardíaca, em 27 de novembro de 1936 aos 50 anos de idade, em sua casa em Monte Vernon, Grã Bretanha, onde hoje funciona o Bach Centre que cultiva, colhe as flores e prepara as essências.
Seus colaboradores Nora Weeks e Victor Bullen, indicados por Bach como seus sucessores, deram continuidade ao seu trabalho até 1978. Eles, por sua vez, determinaram a administração e custódia de sua obra no Centro Bach, as quais são seguidas até hoje

Os florais de Bach
Os Sete Grupos
Bach criou 38 remédios florais e os dividiu em sete grupos de acordo com as características humanas:
1. Para o medo
2. Para a indecisão
3. Para a falta de interesse pelas circunstâncias atuais
4. Para a Solidão
5. Para o excesso de sensibilidade a influências e opiniões
6. Para o desalento ou desespero
7. Para a preocupação excessiva com o bem estar dos outros.

Para o medo
Rock Rose - terror e pânico, medo ao estremo, paralisante.
Mimulus - medo de coisas conhecidas e timidez.
Cherry Plum - medo de perder o controle, de fazer coisas terríveis. Chega a ser desesperador.
Aspen - medos de coisas desconhecidas, ansiedade inexplicada, apreensão.
Red Chestnut - preocupação excessiva e medo com o que pode acontecer com as outras pessoas.

Para a Indecisão
Cerato - falta de confiança em si mesmo, sempre pedindo confirmação dos outros para suas decisões.
Scleranthus - indecisão, tem dificuldade para se decidir entre duas coisas. Instável.
Gentian - desânimo, pessimismo, depressão por causa conhecida. (floral da fé).
Gorse - falta total de esperança, desistiu de lutar.
Hornbeam - preguiça pela manhã, sensação de "Segunda-feira de manhã". Para pessoas com cansaço e desinteresse por suas tarefas, apesar de as cumprirem perfeitamente.
Wild Oat - Incerteza sobre a carreira a seguir. Falta de propósito na vida.

Para falta de interesse pelas circunstâncias atuais
Clematis - para os sonhadores, sempre pensando no futuro, sem estarem presentes no momento. Não prestam atenção no que se passa ao redor.
Honeysuckle - vivem pensando no passado, saudosos e com recordações vivas.
Wild Rose - apatia, resignação, entregam-se sem lutar, conformados e acomodados.
Olive - falta de energia, esgotamento mental e físico.
White Chestnut - tortura mental devido a pensamentos indesejados e persistentes.
Mustard - melancolia, depressão e tristezas cíclicas, que vão e voltam sem motivo.
Chestnut Bud - pessoas que vivem cometendo sempre os mesmos erros, não conseguem aprender com eles. Falta de observação.

Para a solidão
Water Violet - reservados, sérios, auto-suficientes, não interferem nos assuntos dos outros.
Impatiens - impaciência, intolerância, irritabilidade.
Heather - não quer ficar sozinho, não sabe ouvir, egocêntrico e carente.

Para excesso de sensibilidade a influências e opiniões
Agrimony - para os que sofrem de tortura interior, fingindo alegria exterior.
Centaury - não sabem dizer não, são explorados e deixam se explorar pelos outros, "capachos".
Walnut - floral de proteção frente a mudanças e influências externas.
Holly - ódio, inveja, ciúmes, desconfiança, raiva.

Para o desalento ou desespero
Larch - sentimento de inferioridade, baixa auto-estima, falta de autoconfiança.
Pine - auto-reprovação, sentimento de culpa, culpa-se pelos erros dos outros, sempre pedindo desculpas.
Elm - sobrecarregado pelo excesso de responsabilidades e obrigações.
Sweet Chestnut - sentimento de desespero e angústia extrema.
Star of Bethlehem - tranqüiliza situações traumáticas e de choques, consola e protege.
Willow - ressentimento, mágoa, rancor, amargura, não consegue aceitar adversidades.
Oak - nunca desiste de lutar, não relaxa e não descansa, mesmo cansado, grande sentimento de dever.
Crab Apple - floral de limpeza, para aqueles que se sentem impuros, com mania excessiva de limpeza, preocupados com aparência e que condenam a si mesmos, perfeccionistas.

Para a preocupação excessiva com o bem-estar dos outros
Chicory - pessoas controladoras, cobram atenção dos outros, possessivos, ciumentos e com muito apego.
Vervain - tenso, muito eufórico, entusiasmado, quer convencer os outros a fazer sua vontade, fanático.
Vine - têm necessidade de dominar, tirano, ditador, inflexível e até mesmo cruel.
Beech - intolerante, crítico e autocrítico, julga os outros mas não aceita ser julgado, normalmente range os dentes.
Rock Water - rígidos, exigentes consigo mesmos, perfeccionistas, inflexíveis, desejo de serem tomados como exemplo.

Grupos de remédios
A procura do Dr Bach por um sistema completo de cura que fosse suave e inofensivo levou-o a descobrir três grupos de remédios:
os Doze Curadores
os Sete Auxiliares
e os Dezenove Complementares.

Os Doze Curadores: Este primeiro grupo de florais é composto por 12 remédios que trabalham nossa essência, nosso temperamento, enfim, quem somos.
São: Agrimony, Centaury, Cerato, Chicory, Clematis, Gentiam, impatiens, mimulus, Rock, Scleranthus, Vervain, Water Violet.

Os Sete Auxiliares: Este segundo grupo aborda condições crônicas, a maneira que aprendemos, durante a vida, a lidar com os desafios que encontramos. Muitas vezes, este aprendizado acaba por encobrir nosso verdadeiro Eu.
São: Gorse, Oak, Heather, Rock Water, Wild Oat, Olive, Vine.

Os Dezenove Complementares: Neste último grupo, Dr. Bach descobriu remédios que trabalham situações do dia-a-dia. Diferentes dos dois primeiros grupos, estes remédios lidam com eventos pontuais e, na maioria das vezes, traumáticos.
São: Cherry Plum, Elm, Pine, Larch, Willow, Aspen, Hornbeam, Sweet Chestnut, Beech, Crab Apple, Walnut, Chestnut Bud, Red chestnut, White chestnut, Holly, Honeysuckle, Wild Rose, Star of Bethlehem e Mustard.
Bibliografia:
Bach, Edward. Os Remédios Florais do Dr. Bach. Ed. Pensamento, 1999.

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