quarta-feira, 24 de abril de 2013

INEVITÁVEL
 
É inevitável
crescer,
florar,
sentir
e adormecer.

É inevitável
andar,
rolar,
deitar
e amar.

É inevitável
ser,
pertencer,
crer
e ter.

É inevitável
chorar,
falar,
ver
e sentir prazer.

É inevitável
cantar,
sonhar,
viver.
Ah! viver...

É inevitável
partir...

Partir para alguém.
Para quem?

Partir pra lá,
além-mar.

Partir para o além.
Morrer também!

(Autor: Dirce Ramos G. Vieira)
Poema registrado. Respeite os direitos autorais

Pai

PAI

Um dia caminhava
pelas curvas de minha vida
e desfolhava reminiscências
já outrora esquecidas.

Encontrei comigo mesmo.
Julguei-me, me perguntei.
Indaguei de mim verdades
e nelas já não encontrava respostas.

Senti-me triste, solitário.
Nos amigos já não encontrava apoio;
sofria, chorava...
De meu coração rolavam lágrimas
que em meus olhos não afloravam.

Ergui aos céus uma prece.
Roguei ao pai eterno
que me ajudasse
a encontrar, em meu caminho,
a resposta de que precisava.

E diante de meus olhos,
no âmago de min'alma,
clara luz se fez então.
Mergulhei na claridade
que agora radiosa
me enchia de alegria.

Sorri ao descobrir
que tudo o que precisava
era lembrar de ti.
Lembrar das coisas que me dissera e ensinara.
Lembrar de tudo por que passara.

Entendi todas as queixas de infância.
Sorri novamente ao me lembrar
que meus erros de adolescente
era por querer ser igual a ti,
por querer imitar-te,
esquecendo de ser eu mesmo
em meu tempo.

Agora homem feito,
vendo meus filhos crescerem,
creio em tuas verdades
que lapidei.

Teus erros já não me assustam,
compreendo-os.
Sim, pai,
compreendo-te agora!

Pois na hora em que
de meu coração brotou a prece
só uma palavra
em minha mente ecoava,
era você, Pai,
por quem clamava.

E agora de meu coração
já não rolam lágrimas.
Rolam sim, de meus olhos,
gotas de alegria,
de felicidade e emoção,
por te ter,
e porque posso te chamar de meu "PAI".
 
(autor: Dirce Ramos G. Vieira)
Poema registrado. Respeite os direitos autorais