terça-feira, 15 de março de 2011

Arte e Ciência

Arte e Ciência
Hoje acordei saudosista e quando me dispus a sentar e escrever sobre a questão se existe alguma relação entre ciência e arte não consegui tirar de minha mente algumas lembranças muito felizes de minha infância. Engraçado como uma pequena frase pode despertar imagens tão lúdicas guardadas no fundo do baú de nossas memórias.Que mistério é esse que envolve as palavras e sua capacidade de nos influenciar tão profundamente? Ah! Isso é ciência, poderia até dizer pomposamente neurociência, mas que arte mágica a das palavras que formam artigos, versos, poemas, textos de amor, outros de dor. Só sei que me vejo menina brincando e rindo ao sabor desta simples pergunta.
Fico rindo à toa vagando em pensamentos, curtindo cada lembrança. Uma delas, não posso deixar de contar, ou melhor recitar, é a de meu padrinho brincando comigo e com minhas primas e dizendo que fez uns versos que diziam:
“Oh! Que Vejo?
Exclama o cientista.
Um raro percevejo
Bem a minha vista.”
Achei com esta lembrança a chave que conectou meu consciente ao meu inconsciente e assim compreendi porque a pergunta tão simples me despertou tantas memórias. Vi em minha imaginação o cientista do verso sentado refletindo, fazendo ciência e ao mesmo tempo deslumbrado com seu achado. Do seu espanto pelo “raro” encontrado é que se fez a arte da poesia, pois que todo cientista vive do que lhe surpreende e o que lhe surpreende é a mais fascinante prova de que tudo valeu a pena; daí tudo se transforma na arte de demonstrar no papel e nas palavras toda beleza de sua descoberta.
Como afirmava Leonardo da Vinci , escultor, pintor, engenheiro e cientista, ciência e arte se completam constituindo a atividade intelectual. E o que não sentia o cientista ao ver expresso em arte o seu pensamento? E o que sentia o artista ao ver através da arte a ciência se realizando?
Seja pela complementariedade ou pela influência recíproca a arte abraça a ciência. Para citar um exemplo, os estudos de luz e movimento transformam-se em possibilidades de retratações perfeitas de um simples cotidiano na tela de pintura .
No palco de um teatro revela-se a vida de Einstein e o público ali está para aplaudir, assim como na peça Método Cientifico encenada pelo prof.Leopoldo de Meis. E por falar em Einstein teve ele e Picasso o ano de 1905 como marco em suas carreiras. Essa foi uma época inovadora, de mudanças. Ambos buscavam uma nova estética.
Com a matemática Picasso descobriu a geometria multifuncional.Através de suas experiências geométricas na pintura buscou maneiras de desenvolver a 4ª dimensão na tela. Para ele a geometria era o conceito certo para a expressão de sua arte.
A ciência trouxe progresso tecnológico e a tecnologia propiciou espetáculos inacreditáveis de arte.
Na geometria tridimencional dos quadros pintados por minha memória penetro na quarta dimensão em que estão os sonhos da menina que analisava agachada ao chão os vermes que fugiam de uma sacola de lixo arrebentada. O que ela pensava em suas analises naquele tempo já não me lembro, mas hoje sei que gosto de fazer ciência e que esta é a minha arte.
(Texto de Tuane C.R.G.Vieira)
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