quarta-feira, 18 de março de 2009


NUM SIMPLES OLHAR

Vi você passando,
caminhando.
Caminhei contigo.
Herdei teu passo e teu compasso.
Em ti me instalei.
Cavalguei teu pensamento.
Roubei de ti o olhar fagueiro, tortuoso.

Num rasgo de sorriso,
como as pedras que rolam
esbatendo-se na areia
destinamo-nos um caminho,
e nele nos encontramos.

Pra sentir prazer.
Pra chorar de dor.
Pra fazer amor.

E como as águas
que de nuvens caem
para banhar a terra
assim suamos nossos corpos
quando como duas feras
enlaçamo-nos
e nos roubamos um do outro.

Pra abraçar o sentido.
Pra beijar o gosto.
Para gozar o gozo.
Para sentir prazer.
Para fazer amor.