sexta-feira, 13 de março de 2009

Comunicação e Psicomotricidade

O QUE A COMUNICAÇÃO INFLUENCIA NA PSICOMOTRICIDADE
Dirce Ramos G. Vieira

Para se fazer presente no mundo o homem precisa comunicar-se. A comunicação, seja ela verbal ou corporal, é o alicerce para o estar e o interagir no mundo. Através da interação com o mundo o individuo integrará significados explorando os sentidos, o que o fará ampliar a consciência de si mesmo promovendo seu desenvolvimento psicomotor.
Ainda no ventre materno o individuo passa pela primeira forma de comunicação. As sensações, desejos e anseios maternos promovem uma grande forma de comunicação; o bebê estabelece uma linguagem comunicando-se com a mãe através de seus movimentos.
Após o nascimento o bebê depende dos cuidados maternos formando com ela uma unidade absoluta, mesmo sem ainda percebe-la como tal. É nessa fase de comunicação inicial que podem surgir os distúrbios da fala e linguagem, do corpo e do movimento já que os primeiros anos de vida constituem um marco fundamental no desenvolvimento da personalidade e da psicomotricidade.
A comunicação com a mãe, ou com quem assume este papel, nos primeiros meses de vida se dá através do afeto. As sensações de agradável e penoso, ainda que de forma vaga, manifestar-se-á por uma descarga emocional física ou psíquica, de uma forma imediata ou adiada.
Nos cuidados maternos a mãe transmitirá a seu bebê seus pensamentos e emoções e este lhe responderá com mímicas, sons e palavras, de acordo com a fase, num verdadeiro dialogo afetivo.
Nesta comunicação o bebê aprende que para satisfazer suas necessidades ele precisa manifestar-se através do choro, movimentos, etc. Seu estado de necessidade cria uma tensão que promove aumento do tônus (hipertonia do apelo) trazendo uma sensação de desprazer. O bebê chora, esperneia. A mãe decodifica e satisfaz suas necessidades fazendo com que o bebê relaxe e sinta-se satisfeito. É nesse ato contínuo que o bebê vivencia prazer e desprazer, satisfação e insatisfação. Seu sistema nervoso se desenvolve e sua psique também promovendo o desenvolvimento motor.
No intercambio desta relação a mãe também vivencia estas emoções; satisfação e insatisfação, prazer e desprazer se alternam. Ela manifesta-se junto ao bebê sendo solicita ou não, carinhosa ou não, e numa verdadeira torrente de manifestações verbais e extraverbais estabelece o vínculo que será a base para organização psicomotora daquele individuo.A ausência ou deficiência da comunicação afetiva numa relação inadequada ou insatisfatória entre mãe e bebê nas relações precoces ocasiona transtornos posteriores da comunicação e da psicomotricidade, pois que o aprendizado da palavra requer principalmente o estabelecimento prévio das comunicações pré-verbais precoces.